Deitada numa pedra. Pedra naufragada. Os teus cabelos, o teu cheiro, fisgados pela escuridão da sua mente. Os conhecidos, os amantes, beliscam a tua pele para testá-la. Tua raiva desaparecerá. As tuas palpitações e cambaleios já se foram, assim com as noites perdidas e o frio que passara lá fora, nas noites em que fui assassinado pelos seus escândalos. Repousará teus lindos cachos nos meus pequenos braços e verá que a recompensa do teu filho é lhe amar para todo sempre.
Homem, tira deste teu rosto viril o olhar que fere sem perdão. Dos cubículos que deixara para mim. Do autoritarismo do teu amor. Homem enxuga as lágrimas secas que nunca existiram em teu rosto. Vai defender tua família da fome e da derrota. De ti.
Eu, que já era menino. Eu, que já era gigante. Neste meu mundo, mundo só meu. Uma muralha protegida pelos olhos inocentes de um menino. Um menino protegido pelos inúmeros braços de uma mãe. Protegido pelas inúmeras ofensas de um pai.
Não vá, não deixe de ir. Fique, descanse, e se for descansar, que fique. Não vá embora, não me deixe aqui. Quando te esperei, embriaguei-me com o teu cheiro. Nunca partiu sem deixar-me com um pedaço de ti. Não vá, fique aqui.
Eu, que já sou velho, nem lembro mais. Eu, que já gigante, diminuí. Sou ausência das nossas aventuras. Sou um náufrago.
Nos diminuímos quando as oportunidades nos parecem faltar. Porém, deveríamos aprender que o pouco tempo pode ser muito quando sabemos utilizá-lo.
ResponderExcluirDesejo um alegre e Feliz Natal e Ano Novo.Abraços a você e seus familiares.
ResponderExcluirEu sou só volúpia quando leio você!
ResponderExcluirQue saudades, volte a escrever.
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