6 de agosto de 2014

Pássaros

Infame, comumente, enche-a de fome, tirando-a de si.
Escárnio do mais ardente, que tange os dentes, range o teu pavoroso saber.
Reina teus francos fios grisalhos sobre ombros flácidos.
Sorrisos são como sombras que desaparecem no escuro.
Quando os dentes se batem, e os olhos fingem saber,
que tuas promessas são ecos que arranham,
desejos que incomodam.
Contorce e compõe, faz das costas tuas cordas e dos gemidos tuas notas.

E tenho dito, resguardado em mim, contemplativo para tudo que vejo.
Logo atrás daquela luz que não se apaga.
Esperando chegar em algum lugar.
E tenho me repetido, uma engrenagem sem molas.
Um lugar sem bordas.

Teus olhos brilham intensos, e por fora.
Os cabelos são morenos e finos e tecem camisetas escuras e ombros largos e ossudos.
O sorriso se esconde na boca entre dentes amarelados, e fecha.
Os olhos são miúdos e claros e são como gargalhadas sem ritmo que assustam com um barulho no escuro quando de lá não se espera nada.
Os ossos são os mais frágeis e pequenos, os audazes e belos, delicados e sinceros.

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