Eu escrevo.
Eu bato no peito, eu subo escadas,
eu pairo ligeiro,
eu cato as sobras,
o provador da derrota.
Eu lhe arranco a ternura,
sobre a penumbra maior.
E te aborreço aos montes,
abaixo horizontes.
Te beijo a boca,
te enfeito toda.
A alma conforta
um abraço gentil.
Que duzentas vezes partiu,
e nunca mais voltou.
E olho os cruzeiros festeiros,
um aceno do mar
do amigo esquecido.
Mas eu te estico,
te elevo,
e te espero,
puro aflito,
e te encontro escondido.
E nas tardes te alegro.
E andas comigo,
no remexido passado,
nos dias, afinco,
até as noites banais.
Eu te levo nos braços,
e caio sentado
sobre palmas,
e as puxo,
e as toco,
e as bato.
Eu escrevo.
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